Retábulo-mor de Santa Marinha
O retábulo-mor de Santa Marinha deve ter sido executado por volta de 1777, altura da edificação da capela, pertencendo ao estilo rococó.
Esta maravilha é de facto vistoso, um dos melhores exemplares deste estilo de todo o concelho, destacando-se pelos exagerados movimentos, pena é, que a pintura original tenha sido substituída por outra “de péssima qualidade” que, com toda a certeza, não foram respeitadas as cores originais, descaracterizando-o e dificultando-o numa melhor leitura.
Relativamente à composição do retábulo, apresenta uma planta de perspectiva plana ou recta, de um corpo e três tramos.
O sotobanco como acontece em muitos exemplares da região já foi alterado, presentemente é simples, sem ornamentação.
No banco, os painéis estão ornamentados com concheados. As mísulas têm uma estrutura convexa, onde as exteriores exibem enrolamentos e as interiores, concheados.
O sacrário tem uma forma sinuosa, ornamentada com concheados, volutas e um florão. A porta é ovalada onde apresenta símbolos da Ressurreição de Cristo. Todo o restante revestimento é composto por flores e volutas.
No corpo do retábulo, as colunas apresentam o fuste liso, sem base e os capitéis com uma corola de folhas fechadas.
Entre os intercolúnios irrompe uma peanha encimada por uma forma esférica com concheados em volutas, de suporte a uma pequena imagem de vulto.
O painel central tem um arco concêntrico. Ao centro, desponta uma peanha em forma convexa, encimada por uma forma esférica que suporta a imagem de Santa Marinha. O fundo está pintado com flores.
O entablamento é interrompido pelo arco do painel. O friso e a cornija são simples e arquitrave apresenta caneluras na horizontal.
O remate apresenta quatro pilastras ornamentadas por concheados em volutas tal como todos os painéis.
Entre o arco da tribuna e coroamento, surge um resplendor ornamentado por três cabeças de serafins.
O coroamento é feito por uma concha.
Este retábulo destaca-se principalmente pela irregularidade de seus traços e grande movimentação.
Para saber mais sobre este e outros retábulos de Carção, ver "Almocreve nº 2 - A Talha dourada na povoação de Carção - os retábulos entre o último quartel do século XVII até metade do século XIX -, pp.29 à 40".
. Algumas orações dos marra...